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Bethy Lagardère estrela a capa da nova edição da Revista Cidade Jardim

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A icônica manequim dos anos 1970 fala sobre sua trajetória na alta-costura francesa e reflete sobre preconceito, liberdade e sua paixão pelos animais .

A mais nova edição da Revista Cidade Jardim traz em sua capa uma figura lendária do mundo da moda: Bethy Lagardère, a manequim estelar das cabines de alta-costura de Hubert de Givenchy, Jean-Louis Scherrer, Guy Laroche, Emanuel Ungaro e Yves Saint Laurent nos anos 1970. Hoje, radicada em Roma, Bethy reflete sobre sua incomparável trajetória, sua paixão pelos animais e sua história de amor com Jean-Luc Lagardère, o então homem mais poderoso da França, com quem foi casada por 25 anos e de quem é viúva há 21.

A entrevista foi concedida ao jornalista Bruno Astuto, diretor-geral da Revista Cidade Jardim e amigo pessoal de longa data de Bethy. Fotografada em locais icônicos e de acesso restrito em Roma, como o Palazzo Colonna e a Basílica de San Giovanni in Laterano, Bethy protagoniza um ensaio que celebra sua elegância atemporal e profunda conexão com a cultura da Cidade Eterna. A ex-manequim compartilha histórias pessoais marcantes, como o início de sua carreira. "Minha mãe me apoiou, meu pai reagiu pessimamente... A independência tem um preço; paguei caro e ainda pago com gosto", relembra. Além disso, Bethy comenta sobre a representatividade na moda: "Os tempos eram outros, não se falava em diversidade como hoje, e as cabines de alta-costura eram dominadas por modelos brancas e louras. As que não seguiam esse padrão, como eu, eram chamadas 'exotiques', 'de couleur'. Brasileira, só havia uma, Luana (de Noailles), que chegou antes de mim."

A edição também destaca sua paixão pelos animais, simbolizada por seu inseparável companheiro, Nick, um jack russell que é meio seu guarda-costas, meio seu alter ego. A luta pelos direitos dos animais se tornou central em sua vida. "Onde ele põe as patas, eu ponho os pés. Minha obsessão hoje é que o Brasil aplique as leis que punam a maldade contra os animais", afirma Bethy.

Com uma narrativa envolvente e fotos deslumbrantes, a 66ª edição da Revista Cidade Jardim convida o leitor a mergulhar na vida fascinante de Bethy Lagardère, uma das brasileiras mais prestigiadas da história da moda internacional.

CRÉDITOS DAS FOTOS – REVISTA CIDADE JARDIM

Fotos: Ricardo Abrahao

Edição de moda: Patricia Tremblais

COMO SEUS PAIS REAGIRAM QUANDO VOCÊ INICIOU A CARREIRA DE MODELO?

Bethy: Minha mãe me apoiou, meu pai reagiu pessimamente. Tradicional família mineira, né? Só se saía de casa para se casar. Fui embora de Belo Horizonte, me inscrevi numa faculdade em São Paulo e, no dia seguinte, estava na agência de modelos que me colocou no desfile do Dener. Saí na capa da revista, e o meu pai ficou furioso. Com o tempo, as coisas foram se acalmando, mas a independência tem um preço. Paguei caro e ainda pago com gosto.

AS PESSOAS DESCONHECEM SEU PIONEIRISMO NAS GRANDES MAISONS DE ALTA COSTURA FRANCESA. FOI DIFICIL ESSE COMEÇO?

Bethy: Os tempos eram outros, não se falava em diversidade como hoje, e as cabines de alta-costura eram dominadas por modelos brancas e louras. As que não seguiam esse padrão, como eu, eram chamadas "exotiques", "de couleur". Brasileira, só havia uma, a Luana (de Noailles), que chegou antes de mim. Ela era negra e eu, uma mistura de indígena, negra e descendente de imigrantes italianos. Mas eu era "exotique" mesmo: 1,80 m de altura!

HOJE HÁ MENOS PRECONCEITO?

Bethy: Há mais hipocrisia, isso sim. Onde estão os negros, as mulheres, as trans nos cargos mais altos da moda, no topo desses grandes conglomerados? Tem muita falação, muito discurso woke e pouca ação. Imagina se essa turma do Instagram ou do TikTok tivesse que passar pelo que nós passamos. Quebrariam na hora, porque não aguentariam o tranco. A minha geração apanhou muito para pegar trabalho. Tínhamos que sorrir ouvindo os piores insultos, sem ninguém para nos defender ou cancelar, como se diz hoje. Mas não contavam com o meu sangue indígena, indomável e insolente.

POR QUE TODA DIVA SEMPRE PREFERE A COMPANHIA DOS ANIMAIS, HEIN?

Bethy: Não são só as divas. Todo mundo prefere um animal num mundo em que o humano está falhando completamente no quesito respeito. O animal escolhe sinceramente por amor; você pode ser rico, pobre ou não ter nada. Quantas pessoas em situação de rua têm um animal, isso diz muito sobre a alma deles. Eu não tolero mais turismo de charrete, zoológicos, a ideia de um animal numa jaula. Eles sentem tudo que sentimos: nossa tristeza, nossa alegria, nossa dor. Eu sei que o Nick é meu último companheiro, então minha vida é dedicada a ele. Onde ele põe as patas, eu ponho os pés. A minha obsessão hoje é que o Brasil aplique as leis que punam a maldade contra os animais. O País segue muito atrasado nessa matéria.

CRÉDITOS DA CAPA:

FOTOGRAFADA NO PALAZZO COLONNA, EM ROMA, BETHY LAGARDÈRE VESTE GIORGIO ARMANI, JOIAS BVLGARI E SAPATOS GIANVITO ROSSI

FOTO: RICARDO ABRAHAO

Para maiores informações sobre a 66ª edição da Revista Cidade Jardim, contactar o time de comunicação JHSF:

Pietro Benedetti: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Sergio Amaral: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Karine Amancio: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

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