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Influenciadores digitais devem ou não se posicionar?

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Pesquisas revelam que o público quer ouvir o que artistas e creators pensam 


Desde que o youtuber Felipe Neto publicou em suas redes sociais um "vídeo-carta aberta" convocando artistas e influenciadores digitais a se posicionarem contra o presidente da República, Jair Bolsonaro, criticando todos aqueles que, na sua opinião, estariam "em cima do muro" para não perder seguidores nem contratos, uma luz de alerta foi acesa: influenciadores devem obrigatoriamente se posicionar?

O debate é sério. Um grupo defende que não, outros acham que esse é um dos principais papéis do influencer. "Influenciador não é nenhuma autoridade para ter obrigação de se posicionar. Vejo as pessoas cobrarem posicionamento de grandes influenciadores e isso não é legal. O influenciador deve ser espontâneo ao se posicionar. Se eu sentir vontade própria de me posicionar em rede social, com certeza será de algum assunto que eu domine e não somente para agradar ou para causar polêmicas", afirma Vanessa Carvalho (@vancarvalho), que conta com 27 mil seguidores no Instagram.

"Eu não sou de ficar entrando em temas polêmicos em rede social. Isso só serve para alimentar ódio em quem discorda de você. Eu me comporto por lá como na minha vida pessoal. Debater um assunto que acho interessante, com quem vai ser saudável uma troca", contínua. "Infelizmente, o que vejo na rede social são pessoas que, por algum motivo, discordam de outras e partem para o ataque, como se aquilo fosse uma guerra, machucando todos os envolvidos, até seus familiares. É muito triste".

A influenciadora Caroline Castro Sonnewend (@carolcsonne), com 4,7 mil seguidores no Instagram, acredita que é preciso ponderar antes de se posicionar diante de questões polêmicas. "A não ser que seja seu nicho, vale a pena pesar se a exposição de sua opinião pode levar água abaixo empresas que representam ou até mesmo comprometer sua imagem", comenta.

"Por isso, acredito que antes de emitir uma opinião sobre qualquer assunto, é importante avaliar se sua opinião vai agregar, se você está falando de assuntos polêmicos que nada têm a ver com o seu nicho de seguidores, se sua opinião entrará em conflito com a política da empresa e dos seus parceiros e se sua imagem poderá ser queimada com essa opinião", avalia ela.

Mas o que diz o público?

Ouvidos abertos

Segundo pesquisa realizada pelo grupo Cosmoteca, de estudos de consumo, e publicado no "Diário de Pernambuco" no último mês, 84% dos brasileiros esperam que marcas e influenciadores digitais se posicionem diante de temas políticos e sociais. O levantamento foi feito com 2.000 pessoas.

Ainda segundo dados, 40% das pessoas creem que o influenciador tem obrigação de se posicionar e 44% gostaria de saber seu posicionamento. Apenas 16% preferem não saber como pensam os digitais influencers sobre os temas.

Ou seja, criadores digitais precisam se posicionar. Aquele modelo de digital influencer que só serve para postar foto, abrir recebidos e fazer looks do dia ficou no passado. Agora, é preciso ter voz independente do seu nicho.

Casos como o da influenciadora Gabriela Pugliesi, criticada após dar uma festa em meio a pandemia de coronavírus, e o movimento ativista internacional "Black Lives Matter" são exemplos de ações que não podem passar batidas pelo influenciador. Mas reforço a importância de um posicionamento com responsabilidade. É preciso que o digital influencer se informe sobre o assunto a ser debatido.

E como fica a relação com as marcas? Quando uma empresa te procura, ela já checou seu perfil, conhece seus gostos, seu posicionamento, o seu modo de agir. Assim, um posicionamento embasado, firme e colocado de forma pública com a devida cautela não trará transtornos.

Assim, informe-se, estude sempre. Mas fale o que pensa sem medo.

Assessora e Colunista Zilma Cardoso

Texto revisado: 2112 Conteúdo Criativo

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