Ovos, água, açúcar, farinha de trigo, fermento em pó… A receita de pão de ló de família é, para Marion Brasil, a herança mais valiosa que sua avó Jandyra lhe deixou.
Natural de Lorena, no Vale do Paraíba, a chef pâtissier mora hoje em Madrid, na Espanha, e é por meio dessa mistura que ela carrega suas memórias do interior de São Paulo. Como resultado, oferece aos seus clientes mais do que belos bolos e doces repletos de criatividade; também proporciona sabores que encantam e acolhem, carregados de afeto.
Neste bate-papo especial, Marion nos conta sua história e sua paixão pela confeitaria. Confira!
Quando e como você se apaixonou pela gastronomia?
Minha história começa, na verdade, em Lorena, minha terra natal, aos oito anos de idade. Aída, minha madrinha e amiga, com muita paciência, me ensinou a cozinhar. Na época, eu esquentava a janta para o meu pai quando ele chegava do plantão no hospital. E sempre fiz os bolos das minhas festas desde cedo. Como adolescente, ingressei em Publicidade na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), mas, logo confirmei que minha vocação era mesmo a gastronomia. Em seguida, escolhi um novo curso superior e, em 2009, me formei na área na Universidade Estácio de Sá, com especialização nas renomadas Le Cordon Bleu, em Paris, na França, e em Madrid; Alain Ducasse Formation, também em Paris; além de ter feito vários outros cursos no Rio e em São Paulo.
A gastronomia é uma arte que toca todos os sentidos. O que a confeitaria representa para você?
Os doces me mostraram um mundo ilimitado e exigente. Logo me especializei na área e abri uma confeitaria, que foi minha grande vitrine. Por meio dela, conheci muitas pessoas. Clientes que, aliás, se transformaram em grandes amigos. Foram muitas festas, comemorações, batizados e casamentos – incluindo o meu, para o qual fiz os doces e o bolo!
Como você lida com o desafio de ser criativa dentro de um campo tão técnico?
Meus doces têm uma identidade própria, que mescla minhas viagens, formações e, claro, estilo. A receita da minha avó, repaginada, nas minhas mãos ganha versões inovadoras. Para mim, a arte em açúcar ensina disciplina e precisão, mas, traz consigo uma beleza e estética únicas, destacando-se com persistência e criatividade.
E de onde vem sua inspiração na hora de criar novos doces?
Sem dúvida a moda e a arte são minhas grandes aliadas. É por meio delas que busco tendências, cores e até sabores que possam surpreender meus clientes. São, por exemplo, doces e sobremesas, que ganham o mesmo tom das flores e complementam a decoração das mesas postas, e os bolos, que são como esculturas, referência direta da minha vivência em museus. Arte para ser consumida - literalmente! Além disso, tudo o que vejo e as novas técnicas que aprendo em cursos estão no meu trabalho, "vestindo" ou recheando minhas doces criações. O glamour, a beleza que se espera da confeitaria, é feito grama a grama de açúcar, seguindo a receita à risca. É, até mesmo, a arte do bordado da minha mãe, aplicada em cada doce, feito um a um de forma única e artesanal, como uma joia de açúcar.
Como é para você ver o impacto emocional que suas criações têm nas pessoas?
Vejo que meus doces são frutos de uma trajetória de muita paixão, respeito e esmero. Pratico uma confeitaria de ternura, emoção e qualidade, feita para unir famílias, amigos e para comemorar o amor e a vida. Açúcar e afeto. Esse é o ar que respiro.
Para conhecer mais sobre o trabalho da chef, acesse seu perfil no Instagram:
@chefmarionbrasil
