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E é nítido no seu trabalho   Karin: “Sem dúvida! Às vezes, uma cliente usa a franja de tal jeito há 20 anos. Eu peço para fazer
                          que você gosta de tirar suas   alguns cliques sem a franja. Ou, ela vira o cabelo sempre para o mesmo lado. Eu peço para virar
                         clientes da zona de conforto.  para o outro. É um jeito de fazer ela se ver diferente. E, normalmente, são dessas fotos que elas
                                                       mais gostam! (risos) Ao mesmo tempo, é importante para mim não tirar a essência da pessoa. Fe-
                                                       minilidade com um toque de sensualidade todas têm. E é isso que tento trazer sempre para a foto.”


                                     Como é um dia     Karin: “A cliente do dia chega, ela pode chegar pronta – com maquiagem e cabelo prontos –
                                         no estúdio?   ou se arrumar aqui. Eu costumo indicar alguns profissionais que já sabem como ressaltar aquilo
                                                       que o rosto tem de mais belo. Não é só tirar a olheira. Então eu preciso que minha cliente fique
                                                       à vontade no estúdio, por isso há uma música, um espaço aconchegante e agradável para cada
                                                       mulher. É quando começamos a sessão de fotos. E eu vou fazendo a direção fotográfica. Por isso
                                                       que digo que ninguém faz nada sozinha. É um conjunto de coisas que faz o ensaio ficar perfeito.
                                                       Depois, ainda há um longo trabalho de bastidor.”


                                  É você quem cuida    Karin: “Sim, eu mesma pego foto por foto, trato. Nem tem como fazer diferente. Eu poderia, por
                                 de todas as etapas?   exemplo, terceirizar o serviço, mas minhas clientes confiam em mim. Por isso faço questão de
                                                       cuidar de todas as etapas, principalmente depois da Lei Geral de Proteção de Dados. É a cereja
                                                       do bolo. E é gratificante quando recebo clientes que chegaram até mim indicadas por outras, ou
                                                       mesmo quando fotografo três, quatro vezes a mesma pessoa. É a prova da qualidade do meu
                                                       trabalho.”


                                   Teve histórias que   Karin: “Várias. Mas vou citar duas que me marcaram muito. A primeira foi uma moça que ga-
                                     te impactaram?    nhou a sessão de fotos via sorteio. Ela chegou em silêncio, tímida. Eu a dirigia e ela só concordava
                                                       acenando com a cabeça. Apesar disso, mostrou tanta desenvoltura durante o ensaio que não me
                                                       importei com seu silêncio. Depois recebi uma mensagem da irmã dela comentando que a moça
                                                       havia perdido recentemente sua mãe e desde então não falava mais. Ao mesmo tempo, ela me
                                                       agradeceu que, em meio ao sofrimento, ela pôde viver aquela nova experiência que a deixou
                                                       muito feliz. Mas o interessante é como ela se comunicava pelo olhar. Aquilo ficou evidente nas
                                                       fotos, havia uma mensagem gigante ali. E, esses dias, recebi uma mensagem de uma outra cliente
                                                       me contando que ela e sua irmã tinham o sonho de fazer uma sessão de fotos comigo, mas que,
                                                       infelizmente, a irmã havia falecido algumas semanas antes. Então, ela viria fazer o ensaio para
                                                       realizar o sonho das duas.  São mensagens assim que mexem muito comigo. São muito gratifi-
                                                       cantes. Parece bobagem, só fotos, mas a verdade é que meu trabalho pode mudar a vida de uma
                                                       pessoa, recuperar a autoestima, fazer a cliente descobrir uma força dentro de si que ela nem sabia
                                                       que tinha.”

                          E os maridos e namorados?    Karin: “Já tive casos de ciúme, sim. Mas são insignificantes. A maioria fica orgulhoso em ver suas
                                 Ficam enciumados?     esposas e namoradas fotografando. Alguns, inclusive, me procuram para presenteá-las com uma
                                                       sessão de fotos. É uma mudança de paradigma. Homens estão mais abertos a verem suas mulhe-
                                                       res se permitindo, fazendo o ensaio para elas mesmas ou até para eles.”


                                     Quais os planos   Karin: “Eu me imagino daqui dez anos ainda fotografando, porque eu amo o que faço. Mas
                                      para o futuro?   pretendo diminuir a quantidade de sessões na semana. É tão gratificante, que já não sei se vou
                                                       conseguir parar. Minha felicidade é ver a cliente feliz e satisfeita. É ouvir aquele “UAU” assim que
                                                       ela recebe as imagens. Agradeço a Deus todos os dias por essa oportunidade de fazer a vida do
                                                       outro diferente.”











         120  Edição especial
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