Page 34 - 5 ANOS
P. 34

capacitação, seriedade





                                    e empatia na odontologia







                                               Irene Serafim









                     colhimento, transmissão de co-       Dentro da odontologia, Irene escolheu   certo, venderia o carro que eu tinha. Mas,
                     nhecimento e tecnologia de pon-   justamente a ortodontia pelos cálculos que   ainda bem, não precisei!”, conta ela, que na
                     ta para a resolução de problemas   precisava fazer. Mas, sem dinheiro para fazer   sequência fez curso de excelência em orto-
            A odontológicos. Este é o tripé que        a tão sonhada especialização na área, resol-  dontia em Maringá (PR), na Dental Press.
            norteia a vida profissional de Irene Serafim.   veu aproveitar as oportunidades que a vida   Sem ter como bancar seu próprio con-
            Dentista, moradora de Taubaté (SP), é dela   lhe tinha dado. Durante a faculdade, rece-  sultório, Irene sublocou uma sala junto de
            a Seletto Odontologia, um dos consultórios   beu um convite para fazer residência em um   uma colega, Dra. Elaine. Casou-se com seu
            de maior reconhecimento do país quando o   hospital. Ainda sem conhecer a abrangência   então namorado, Thales, no mesmo período
            assunto é diagnóstico.                     da área odontológica, questionou-se: o que   em que passou no mestrado em Belo Hori-
               Carioca da gema, que veio para o Vale do   eu vou fazer lá? Ainda assim, encarou o de-  zonte (MG), cursando parte dele na Unicamp
            Paraíba aos 15 anos de idade, Irene é mes-  safio instigada por uma de suas mestres.   (Universidade de Campinas), em Piracicaba
            tre e especialista em ortodontia e ortopedia   Fez a prova e passou no Hospital das Clí-  (SP). “Era uma loucura. Ficava quatro dias
            funcional dos maxilares, DTM e dor orofa-  nicas, da Faculdade de Medicina da Univer-  por mês em Minas Gerais, outros dias em
            cial, doutora em biopatologia com ênfase em   sidade de São Paulo (USP). Passou a atuar na   Campinas, ainda mantive meus atendimen-
            DTM e Sono e pós-graduada e certificada em   área de bucomaxilofacial, especialidade que   tos no meu consultório em Taubaté e as au-
            odontologia do sono. Tantos títulos são fruto   trata patologias da boca, fratura dos ossos   las”, relembra.
            de anos de prática e pesquisa na área.     da face, cistos e tumores benignos na cavida-  Nos anos seguintes, foi convidada a co-
               Estudiosa, a moça que sempre gostou de   de oral e dos maxilares e disfunções das ATM   ordenar um curso no Cereo, escola com cur-
            artes, é filha de um industrial e sua mãe é   (articulações temporomandibulares). Apren-  sos de pós-graduação em odontologia, lo-
            professora e cantora lírica. Mesmo com teste   deu muito, porém sentia que ainda não era   calizada em Campinas. Foi nessa época que
            vocacional (teve dúvidas entre arquitetura e   o que queria profissionalmente.       veio sua primeira filha (Beatriz, 15 anos). “Bia
            odontologia), ela se encontrou nesta segun-   Passou a fazer estágio também no con-  encarou comigo essa jornada. Ela ia comigo
            da profissão. Além da facilidade e da paixão   sultório de um de seus professores, Dr. Se-  para todos os lugares”.
            por exatas, entendeu logo na adolescência   bastião Interlandi, e dar aulas com Dr. Gerval   Julgada como mãe, Irene não se fez de
            que gostava de lidar com pessoas.          de Almeida, ambos com bastante reconheci-  rogada ao fazer as malas, pegar a filha e ir
               “Curioso é que, na infância, eu não gos-  mento no meio odontológico. Era um jeito   viver seu sonho profissional: foi para os Es-
            tava de ir ao dentista. Até que conheci uma   de juntar dinheiro para fazer sua tão sonha-  tados Unidos fazer um curso de DTM (Dis-
            profissional com quem me identifiquei. Foi   da especialização em ortodontia.        função da Articulação Temporomandibular),
            um divisor de águas para a minha escolha      “Até que ingressei na especialização em   que é a articulação que liga os ossos do ou-
            futura. Ela inclusive virou, anos depois, mi-  1999. Era muito caro na época e eu não ti-  vido aos da mandíbula e comanda todos os
            nha professora na faculdade”, conta Irene.    nha dinheiro. Mas fui à luta. Se não desse   seus movimentos. Trata-se de uma estrutura





          30  Edição especial
   29   30   31   32   33   34   35   36   37   38   39