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capacitação, seriedade
e empatia na odontologia
Irene Serafim
colhimento, transmissão de co- Dentro da odontologia, Irene escolheu certo, venderia o carro que eu tinha. Mas,
nhecimento e tecnologia de pon- justamente a ortodontia pelos cálculos que ainda bem, não precisei!”, conta ela, que na
ta para a resolução de problemas precisava fazer. Mas, sem dinheiro para fazer sequência fez curso de excelência em orto-
A odontológicos. Este é o tripé que a tão sonhada especialização na área, resol- dontia em Maringá (PR), na Dental Press.
norteia a vida profissional de Irene Serafim. veu aproveitar as oportunidades que a vida Sem ter como bancar seu próprio con-
Dentista, moradora de Taubaté (SP), é dela lhe tinha dado. Durante a faculdade, rece- sultório, Irene sublocou uma sala junto de
a Seletto Odontologia, um dos consultórios beu um convite para fazer residência em um uma colega, Dra. Elaine. Casou-se com seu
de maior reconhecimento do país quando o hospital. Ainda sem conhecer a abrangência então namorado, Thales, no mesmo período
assunto é diagnóstico. da área odontológica, questionou-se: o que em que passou no mestrado em Belo Hori-
Carioca da gema, que veio para o Vale do eu vou fazer lá? Ainda assim, encarou o de- zonte (MG), cursando parte dele na Unicamp
Paraíba aos 15 anos de idade, Irene é mes- safio instigada por uma de suas mestres. (Universidade de Campinas), em Piracicaba
tre e especialista em ortodontia e ortopedia Fez a prova e passou no Hospital das Clí- (SP). “Era uma loucura. Ficava quatro dias
funcional dos maxilares, DTM e dor orofa- nicas, da Faculdade de Medicina da Univer- por mês em Minas Gerais, outros dias em
cial, doutora em biopatologia com ênfase em sidade de São Paulo (USP). Passou a atuar na Campinas, ainda mantive meus atendimen-
DTM e Sono e pós-graduada e certificada em área de bucomaxilofacial, especialidade que tos no meu consultório em Taubaté e as au-
odontologia do sono. Tantos títulos são fruto trata patologias da boca, fratura dos ossos las”, relembra.
de anos de prática e pesquisa na área. da face, cistos e tumores benignos na cavida- Nos anos seguintes, foi convidada a co-
Estudiosa, a moça que sempre gostou de de oral e dos maxilares e disfunções das ATM ordenar um curso no Cereo, escola com cur-
artes, é filha de um industrial e sua mãe é (articulações temporomandibulares). Apren- sos de pós-graduação em odontologia, lo-
professora e cantora lírica. Mesmo com teste deu muito, porém sentia que ainda não era calizada em Campinas. Foi nessa época que
vocacional (teve dúvidas entre arquitetura e o que queria profissionalmente. veio sua primeira filha (Beatriz, 15 anos). “Bia
odontologia), ela se encontrou nesta segun- Passou a fazer estágio também no con- encarou comigo essa jornada. Ela ia comigo
da profissão. Além da facilidade e da paixão sultório de um de seus professores, Dr. Se- para todos os lugares”.
por exatas, entendeu logo na adolescência bastião Interlandi, e dar aulas com Dr. Gerval Julgada como mãe, Irene não se fez de
que gostava de lidar com pessoas. de Almeida, ambos com bastante reconheci- rogada ao fazer as malas, pegar a filha e ir
“Curioso é que, na infância, eu não gos- mento no meio odontológico. Era um jeito viver seu sonho profissional: foi para os Es-
tava de ir ao dentista. Até que conheci uma de juntar dinheiro para fazer sua tão sonha- tados Unidos fazer um curso de DTM (Dis-
profissional com quem me identifiquei. Foi da especialização em ortodontia. função da Articulação Temporomandibular),
um divisor de águas para a minha escolha “Até que ingressei na especialização em que é a articulação que liga os ossos do ou-
futura. Ela inclusive virou, anos depois, mi- 1999. Era muito caro na época e eu não ti- vido aos da mandíbula e comanda todos os
nha professora na faculdade”, conta Irene. nha dinheiro. Mas fui à luta. Se não desse seus movimentos. Trata-se de uma estrutura
30 Edição especial