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Aos 38 anos, recém-separada e                                                     da montanha. Quando estamos lá

            com dois filhos, descobriu um cân-                                                   em cima, todo mundo te quer por
            cer  grau  4  com  metástase.  Foram           Cada mulher que                       perto, mas o contrário não é verda-
            cirurgias e quimioterapia. Em sua                                                    deiro. Foi nesse momento que fez

            família não tinha histórico de câncer       vai ser fotografada                      uma imersão de autoconhecimen-
            e, em razão disso, ficou com muito                                                   to, se descobriu e fez a grande vira-
            medo  de  que  não  pudesse  realizar                                                da em sua vida: decidiu que viveria
            seus sonhos.                                chega como uma tela                      da fotografia.
               Bom, foi aí, quando a sua vida                                                       Aos poucos voltou a ter foco, se

            parou,  que  deu  conta  da  finitude           em branco a ser                      conectou e se reconectou com as
            dela. Ela que já tinha trabalhado em                                                 pessoas. Mesmo tendo um de seus
            hospitais e tinha especialização em                                                  maiores medos os desafios de uma

            psicologia hospitalar, viu-se do ou-            pintada e, então,                    vida  profissional  como  autônoma,
            tro lado, virou paciente. Estava to-                                                 desde o dia em que abriu a sua
            talmente fragilizada e vulnerável.               JUNTAS fazem a                      agenda, nunca mais ficou sem clien-
               Mas essa fragilidade durou pou-                                                   te! Acreditou no seu trabalho, viveu
            co. Depois de digerir a notícia, lutou          ARTE acontecer.                      seu propósito e suportou o processo,

            bravamente  durante  todo  o  trata-                                                 não tendo como não colher os frutos
            mento,  encarou  a  doença,  agarrou                                                 de seu esforço.
            em sua fé e fez tudo que tinha que                                                      Obviamente, passou por inúme-

            ser feito. Nunca questionou a Deus                                                   ras provações na fotografia. Fotogra-
            o que estava passando. Pedia discer-       suas irmãs, fotógrafa já renomada         fou de tudo, trabalhou com poucos
            nimento  e  repetia  inúmeras  vezes,      em  Goiânia,  a  incentivou  a  fazer     recursos, mas a criatividade e aquela
            principalmente nos momentos mais           um curso de fotografia. Deu-lhe a         veia artística que sempre pulsaram
            difíceis (de quimioterapias, cirurgias     melhor câmera e o melhor curso, e         dentro dela, fizeram-na ser notada,

            e internações): “Tudo posso Naquele        lá foi ela...                             seja em Taubaté ou Goiânia – locais
            que me fortalece.”                            Mesmo doente não conseguia fi-         em que fotografa.
               E de fato sua fé a fortaleceu. Sua      car parada. Fez o curso mais como            Hoje possui o seu estúdio e bons

            vida mudou, se transformou e dei-          terapia, porém, como tudo que se          equipamentos, frutos de muito tra-
            xou-se ser transformada. Karin res-        propõe a fazer, se jogou de cabeça.       balho,  além  de  ter  um  estilo  foto-
            salta que nada disso teria acontecido         Assim que se descobriu cem por         gráfico muito bem definido: revelar
            se não tivesse pessoas tão maravi-         cento curada, precisava voltar para       a verdadeira essência das mulheres
            lhosas ao seu lado: sua família, sua       Taubaté, afinal tinha deixado o em-       por meio da fotografia. Especialista e

            segunda mãe, que a acompanhou              prego e precisava retomar de onde         apaixonada pelo universo feminino,
            durante todo o tratamento, amigos e        parou. Foi aí que percebeu que já         ela consegue através do seu traba-
            todos os médicos e profissionais da        não era mais a mesma. Pediu de-           lho conhecer pessoas e histórias de

            saúde. Acredita que viveu um mila-         missão de seu emprego e decidiu           vida extraordinárias – registrando
            gre, e que Deus permitiu que tivesse       que precisava colocar algumas coi-        sempre com o melhor ângulo o que
            uma segunda chance para viver o            sas no lugar.                             tem de mais belo e o que, às vezes,
            melhor que ainda estava por vir.              Aprendeu que o fundo do poço           não é visível aos olhos.
               Durante o tratamento, uma de            ensina muito mais do que o topo              Cada mulher que vai ser fotogra-




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